Uma Estratégia abrangente,
integrada e de longo prazo, para
tornar Salvador Resiliente.

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VISÃO PARA SALVADOR RESILIENTE

Uma cidade reconhecida pelo rico patrimônio humano e cultural, aberta ao mar e ao mundo.
Capital das múltiplas identidades, criatividade e inovação, onde o desenvolvimento sustentável e tecnológico promove a resiliência, a inclusão e a integração das pessoas.

O QUE É A ESTRATÉGIA DE RESILIÊNCIA DE SALVADOR ?

Um plano proativo, integrado, colaborativo, flexível, e de longo prazo para abordar os desafios da cidade e das pessoas no convívio urbano.

A rápida urbanização da população mundial cria novos desafios para as cidades do século XXI. Aspectos como longevidade na expectativa de vida, mudança climática, desigualdade social, migrações e adensamento populacional causam pressões e riscos nos sistemas urbanos. Se preparar para responder aos novos desafios e realidades na cidade contemporânea com uma transformação urbana positiva requer identificar potencialidades e oportunidades, bem como mapear vulnerabilidades. Planejar a cidade com uma visão de resiliência vai além de adaptar para responder aos fatores externos, mas, principalmente, de criar iniciativas inovadoras na governança dos serviços urbanos, no fortalecimento do tecido e no estímulo ao desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento de uma estratégia de resiliência contribui com iniciativas que alinham diferentes

atores para cooperar com novos projetos e revigorar ações existentes. A Estratégia de Resiliência de Salvador foi construída a partir do conceito contemporâneo de cidade que inclui na sua gestão os componentes ambiental, social, econômico e urbanístico. Como política pública, a Estratégia é inovadora por incluir o dividendo da resiliência com o valor sistêmico nas soluções a serem adotadas.

OS PILARES DA ESTRATÉGIA DE RESILIÊNCIA

O conjunto arquitetônico e urbanístico do Centro Histórico de Salvador resguarda exemplares de referência do período colonial brasileiro, reconhecido pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Sua preservação é um desafio fundamental para cultivar a memória da cidade como marco de identidade, cultura e história da nação, se afirmando como legado para as futuras gerações. O patrimônio imaterial da cidade inclui eventos e atividades ligadas a uma longa tradição de celebrações profanas e religiosas; tradições culinárias; música afro-brasileira; lugares relacionados a escritores de reconhecimento mundial; celebrações da fé católica e de tradições afro-brasileiras incluindo candomblé, umbanda e capoeira, ou uma mistura desses como o samba junino. Além da herança patrimonial e cultural, Salvador se caracteriza como uma cidade multicultural com rica diversidade nos setores das artes e saberes étnico-sociais, reconhecida pela criatividade do seu povo. A pluralidade cultural privilegia a existência de múltiplas identidades, que precisam ser reconhecidas para trazer mais resiliência à cidade. Estresses crônicos como o envelhecimento de infraestrutura, limitação de recursos para preservação do patrimônio histórico, e desigualdade socioeconômica estão no cerne do desafio deste Pilar. Assim, são apresentadas iniciativas para fortalecer os aspectos econômicos, sociais e ambientais através da cultura local e da valorização das identidades de Salvador de acordo com os objetivos:


1. Valorizar e requalificar o patrimônio histórico de Salvador;

2. Fortalecer a diversidade cultural soteropolitana, fomentando-a como ativo para o desenvolvimento econômico;

3. Dar visibilidade e consolidar as múltiplas identidades territoriais da cidade.

Comunidades têm como características interdependência e co-evolução. As pessoas, as instituições e os sistemas se conectam e interligam formando a configuração urbana, gerando uma interdependência entre as três dimensões: pessoa, tecnologia e ambiente social. A valorização das pessoas é capital para qualidade nos sistemas e instituições que estão disponíveis às comunidades. Aspectos como reconhecimento da identidade racial e de gênero são relacionados à pessoa como sujeito de direitos civis. A tecnologia toma a perspectiva das pessoas como facilitadora de acesso a serviços de educação e saúde, e fortalecedora da cultura cidadã. O ambiente social é a terceira dimensão do pilar para uma comunidade saudável e engajada a partir da integração de instituições, sistemas e estruturas sociais num território para garantir qualidade de vida, preservação do ambiente social e natural, e uso eficiente dos recursos disponíveis. São objetivos deste Pilar:


1. Ampliar o acesso e fortalecer a educação pública de qualidade;

2. Fomentar a corresponsabilidade e cultura cidadã através dos processos integrados e participativos;

3. Promover a equidade racial e de gênero;

4. Promover uma gestão de saúde de qualidade melhorando o atendimento à população.

A economia soteropolitana é fortemente embasada em comércio e serviços, 78,2% da riqueza produzida no município é originária deste setor, o industrial corresponde a 21,7% do Valor Agregado Bruto (VAB), enquanto o setor agropecuário corresponde à apenas 0,1%. O setor de serviços é predominantemente de atividades com baixo valor agregado. A maioria dos postos de trabalho concentram-se na administração pública, comércio, atividades administrativas e construção – com 42% empregada na economia informal. Durante o processo de elaboração do relatório de Avaliação Preliminar de Resiliência (PRA), foram apontados como os principais desafios para a construção da resiliência urbana: o alto índice de desemprego, a necessidade de se atrair investimentos para impulsionar a economia, a diversificação da economia, a desigualdade social, o racismo e a exclusão econômica de grupos minoritários. Para reconstruir a base econômica da cidade é indispensável empreender um amplo desenvolvimento sócio urbano dos bairros populares em geral, dinamizando setores como o turismo e a indústria cultural, bem como criando novas frentes de expansão econômica em áreas como tecnologia e indústrias criativas. É necessário ir além das economias tradicionais para identificar, ampliar e desenvolver novos ativos econômicos, de forma a desenvolver uma economia resiliente baseada na sustentabilidade ambiental, econômica, social e cultural. Para abordar os estresses mencionados neste Pilar, as iniciativas estão organizadas nos seguintes objetivos:


1. Apoiar e facilitar o empreendedorismo de negócios inovadores, inclusivos e sustentáveis;

2. Fortalecer o setor turístico de forma integrada e sustentável valorizando a cultura local;

3. Promover atividades de capacitação para fortalecer e diversificar a economia local.

As cidades inteligentes precisam combinar investimentos em capital humano e social com tecnologias de informação e comunicação que impulsionem o desenvolvimento econômico sustentável e a qualidade de vida. Este Pilar possui duas vertentes: uma voltada à eficiência e eficácia na prestação do serviço público e outra relacionada à administração pública como facilitador da inovação e empreendedorismo. Para as duas vertentes é preciso conhecer os dados e identificar lacunas. Assim, torna-se essencial aprimorar a integração dos dados, a comunicação e o compartilhamento de conhecimento. O uso adequado do conhecimento é base para uma governança inovadora, que deve utilizar dados coletados pela sociedade para pautar os processos de tomada de decisão. Desde 2015 foi implementado o programa Ouvindo Nosso Bairro, com o objetivo de escutar as necessidades e demandas de cada bairro. Em 2017, o exercício de escuta passou a ser registrado por meio eletrônico através de website e aplicativo do programa no celular. A integração com a comunidade também é feito pelo Fala Salvador, uma central de atendimentos para o cidadão e relacionamento com o Sistema Municipal de Ouvidorias. As iniciativas deste Pilar visam tornar a governança da informação mais inclusiva, robusta e segura, partindo do pressuposto de que é fundamental que as decisões governamentais também sejam tomadas a partir do processamento de bases de dados, produzidas e compartilhadas com a sociedade. Os objetivos deste Pilar são:


1. Adotar uma política forte em tecnologia com padrões e processos que permitam conhecer a cidade, facilitando o planejamento integrado e assertividade das ações futuras;

2. Prestar serviços de maneira inclusiva, inovadora e integrada através de uma gestão de dados transparente e eficiente.

Salvador viveu nas últimas décadas um crescimento populacional acelerado, que gerou uma expansão urbana sem planejamento suficiente que atendesse a tal demanda. O resultado dessa ocupação desordenada impactou e impacta a cidade em todos os aspectos, principalmente o ambiental, com o aniquilamento de diversas áreas verdes. Todo esse contexto acabou tornando Salvador mais vulnerável aos problemas atuais e futuros que são acentuados pelas mudanças climáticas, como é o caso das ilhas de calor, poluição do ar e o risco de deslizamentos e inundações. Assim, é preciso começar a integrar as discussões sobre mobilidade urbana, acesso aos serviços públicos básicos, direito à moradia, acesso à água potável e saneamento ambiental, disposição adequada dos resíduos sólidos e preservação do meio ambiente. Uma transformação urbana sustentável visa então construir um novo modelo de desenvolvimento: mais sustentável, dinâmico e para as pessoas, que promova um ambiente urbano cada vez mais conectado, inclusivo e verde. As iniciativas deste Pilar tem os seguintes objetivos:


1. Preparar a cidade para as mudanças climáticas, dotando-a de mecanismos de adaptação e mitigação dos riscos ambientais em prol do bem estar da população;

2. Criar formas de desenvolvimento inovadoras, valorizando os ativos ambientais da cidade;

3. Promover a transformação da cidade de modo sustentável, através de um olhar multidisciplinar.

CONSTRUÇÃO DA ESTRATÉGIA

*Quer conhecer mais sobre o programa 100 Cidades Resilientes ?

Clique no link: http://100resilientcities.org